segunda-feira, 15 de junho de 2015

Meu namorado e eu temos muitas diferenças e uma das grandes são os nossos tipos de amizade. Eu aprendi na terapia que ter amigos pra contar uma novidade é tudo que a gente pode querer dessa vida. Mais do que dinheiro, mais do que viagens, mais do que qualquer coisa, ter amigos sempre faz a gente muito mais feliz. Então eu os tenho, poucos e bons. Poucos e que eu sei que são de verdade e estão do meu lado por no mínimo 6 anos. Conto nos dedos e colocaria todos eles no fogo por esses amigos.
Eles são amigos de verdade: daqueles que ligam, mandam mensagem porque lembraram de você vendo alguma coisa no meio da tarde, que reclamam que eu não dou atenção, que me fazem chorar com surpresas, que tem os melhores conselhos e tudo mais que você pode pensar de um amigo. Não somos só um grupo, somos amigos mesmo.
Quando tem alguém novo no grupo, a primeira coisa que a gente faz é contar os podres daquela pessoa. Vamos contar das vezes que o outro passou vergonha sem dó e nem piedade, mas também vamos fazer com que o outro se sinta confortável. Se tá com um amigo nosso, é nosso amigo também! Vamos conversar na frente da pessoa, contar segredos e falar que se aqueles detalhes saírem dali, nós vamos matá-lo. A Manu vai inventar um apelido logo de cara, porque ela é dessas e tenho certeza que a pessoa vai gostar da Kathy, porque todo mundo ama a Kathy, é impressionante o quanto a minha amiga é universal.

Quando eu fui conhecer os amigos do Henrique, passei por um momento extremamente desconfortável. Na minha cabeça, quando a gente chegasse lá, eles iriam perguntar da viagem que nós tínhamos acabado de voltar e então conversariam comigo também. Tem gente nova no grupo, então vamos nos conhecer, certo? Não, mané. Eles simplesmente fingiram que a gente não existia por boa parte da noite. Só um amigo deles que ainda tentava alguma coisa, mas o resto do grupo não aceitava a ideia. O Henrique disse que quando eles se reuniam, geralmente viravam a noite e eu tava ali sem entender o que nós ficaríamos fazendo ali a noite toda. Só conseguia lembrar do Jay cantando " ME TIRA DAQUIIIIIIIII, ME DEIXA FUGIIIIIR", e ter vontade daquela noite acabar logo. Alguém disse que tinha cerveja e eu agradeci aos céus com toda força porque se vamos encarar esse momento, que seja bebendo. Teve até um momento em que uma menina queria mostrar a foto de um cara bonito e o celular rodou por todo mundo, mas quando chegou a minha vez, ele voltou pra dona. Nada fácil, amigos...
E os assuntos? Essa era a melhor parte! Se falou muito tempo sobre filmes da marvel. MUUUUUUITO tempo sobre filmes da marvel. Depois o assunto principal e filosófico foi do porquê o curso de engenharia não ser como o de medicina, onde todos fazem a mesma cadeira acadêmica e só depois se especializam. Foram HORAS nesse assunto. A mulher que começou esse tópico ganhou o prêmio de chata do século pra mim. Eu já estava procurando algo pra me matar, até que Henrique resolveu que estava na hora de irmos. DEUS É MAIS! CHEGA PRA MIM!

Quando chegamos em casa, ele me disse que eles estavam mais fechados porque não me conheciam, mas gente, será que essas pessoas não pensam como outras pessoas se sentiriam com todo um grupo fazendo isso com elas? Tá errado, muito errado, seus bichos do mato.
No dia seguinte nós encontramos amigos meus, e nós contamos coisas da viagem que eles perguntavam, falamos sobre música que a gente sempre cantou errado, falamos sobre comida e coisas assim, leves e divertidas. Lazer. Aqueles passeios que dá vontade da gente fazer de novo na semana seguinte.

Num segundo momento, eu precisava chama-los para o aniversário dele, masputaquepariupraqueeufuiinventarisso, mas num segundo momento eles já foram mais simpáticos e sociáveis. Não sei se por estarem na minha casa ou não. Não sei se nos encontrarmos novamente eu vou ser tratada como invisível de novo, mas é muito bom saber que independente disso, eu sempre posso ter os meus amigos pra contar como a vida do lado de cá é muito mais legal. ;)

quarta-feira, 10 de junho de 2015

O assunto era chá de lingerie, até que alguém disse que lingerie era um negócio muito íntimo e que não quis fazer o chá porque podia ganhar coisas que não usaria.
Entre as muitas explicações que teria para o momento, eu pensei  "é só pras amigas e as amigas sabem o que a outra gosta", mas parei pra pensar que comprar lingerie não é uma coisa que se saia com as amigas pra fazer, mas nós sempre fomos assim. Na época da escola eu comentei que as calcinhas que ela usava eram bonitas e ela foi me levar pra comprar várias por R$2,99. Era só uma desculpa pra gente comer pastel, mas compramos várias calcinhas bonitas e baratas. 
A gente foi crescendo mais um pouco, o critério da lingerie foi mudando e a gente comprava uma coisa nova e mostrava pra outra. E explicava pra uma como usava aquilo ou contava que tinha vontade de comprar aquilo outro. Amigas que contam e pedem opinião. 
Hoje eu estava olhando lingerie e vi uma que lembrava as que compramos naquele dia e me veio essa história toda na cabeça, totalmente sem sentido, eu sei, mas fiquei feliz por saber que nós somos amigas a ponto de que eu sei que mesmo que eu não pré escolha as lingeries do meu chá, eu tenho aquela amiga que vai saber exatamente o que me dar.
Realmente, nós somos tão amigas assim.