terça-feira, 25 de outubro de 2016

Gilmore girls e os boys

A cada novo breve acervo do revival de Gilmore girls que aparece na internet todo mundo fica louco e surgem os comentários de com quem a Rory tem que ficar. Depois de um tempo batendo a cabeça eu entendi que os teams são equipados de meninas como eu, que sonham com aqueles meninos, então eu fiz uma breve pontuação sobre suas personalidades a caminho da academia hoje.

DEAN

Meu sonho durante a exibição da série era um Dean. Menino alto, com aquele cabelo de Hanson, roupas largas e romântico.
Assistindo agora mais velha  fiquei realmente espantada em como eu tive Deans durante a minha vida. Um cara machista que não pensa em ser alguém importante na vida, mas carinhoso e apaixonado. Depois de um tempo ele casou, mas ainda assim apaixonado pela Rory, dormiu uma noite com ela. Feio, muito feio, seu Dean! Traindo a esposa! Caiu no meu conceito!
Talvez com 11 anos (quando eu assistia a série) até achasse bom partido, mas hoje ele me dá sono.

JESS
De Jess nessa vida meu currículo tá cheio. Aquele rebelde incompreendido que não quer seguir regras. Trata a Rory muito mal quando eles são um casal formal por estar totalmente fora do hábitat natural dele. Estilo uma banda que canta "e onde já se viu, garota escrota como eu, falar pra ti coisas bonitas", é uma banda que eu não tô muito lembrada qual, mas podia ser o Jess cantando.
Tem uma passagem de tempo e ele aparece mais maduro, fazendo a Rory se encontrar na vida, em quem ela realmente é e por isso eu tenho a minha devoção. rs

LOGAN

Meu corretor quase escreveu ESCÓRIA no lugar, porque é o que eu menos tenho paciência. Ó como eu sofro, tendo que seguir os caminhos de sucesso do meu pai. Ó, pobre menino milionário que eu sou, vou pegar meu carro que custa milhões e vou sair pra beber até cair. Vou montar um clube secreto de amigos ricos. Vou chorar aqui as dificuldades de ser um inconsequente com um pai que me exige responsabilidade.

Me poupe, se poupe, nos poupe.

Não tenho um pingo de paciência pros dramas do pobre menino rico que sempre teve tudo que quis. Ele cresceu junto com a Rory e eu admito que no final ele já era mais adulto, mas ainda assim muito forçado.
Nunca tive um Logan no meu currículo, não teria paciência

Vou assistir aos episódios na casa de uma amiga que é teamLogan. Oremos?

Falando no blog sobre depressão

Quando eu fiz esse blog, uns 5 anos atrás eu fiz pra tentar fugir da carga pesada e depressiva do outro, mas como uma pessoa que já fez muita terapia e se conhece, eu aprendi que é importante escrever quando estou triste porque consigo me centrar melhor, então lá vamos nós.
Desde que ser fui diagnosticada com a depressão moderada eu aprendi a ficar de olho, vigilante constante pra saber se ela vem se aproximando e tem uns dois dias que me peguei aqui com ela, o primeiro sinal foi estar passeando com a minha cachorrinha e sentir saudades de uma sala de terapia. De falar. O segundo foi fazendo arroz vendo que ainda precisava cozinhar mais um pouco, só que mais do que isso, a minha urgência batendo no peito era de vontade de gritar. Quem me conhece sabe que eu falo baixo, frequentemente nem me escutam e eu preciso repetir, mas há vontade de gritar no meu peito.
Então aqui, com a minha terceira amiga da depressão, a senhora insônia, eu estava lendo umas notícias na internet e vi um vídeo onde uma moça interpreta uma poesia onde tentam explicar pra mãe como a gente se sente com a depressão. Eu que por tantas vezes me senti curada, chorei ao ponto de preocupar a minha cachorrinha, respondendo as perguntas da mãe antes da intérprete no monólogo, como se fosse escrito por mim o texto.
Vou colocar aqui o texto pra que vejam e entendam mais sobre como a gente se sente.

"Mãe, minha depressão é um metamorfo. Um dia ela é tão pequena quanto um vagalume na pata de um urso, e no próximo dia é o urso. E nestes dias eu me finjo de morta até que o urso me deixe sozinha.

Eu chamo os dias ruins de dias negros. (eu costumo dizer que tô no meu dark place) Minha mãe me diz: “tente acender velas”. Quando eu vejo uma vela eu vejo o brilho de uma igreja, a tremulação de uma chama, as faíscas de uma memória mais jovem que o meio dia. Eu estou de pé ao lado de seu caixão aberto. É o momento em que eu aprendo que cada pessoa que eu já conheci irá algum dia morrer. Além disso, mãe, eu não estou com medo do escuro, talvez isto seja parte do problema. 

Minha mãe me diz: “eu acho que o problema é que você não consegue sair da cama.” Eu não consigo. A ansiedade me mantem refém dentro de minha casa, dentro de minha cabeça. 

Minha mãe me diz: “de onde a ansiedade vem?” Ansiedade é o primo de fora da cidade fazendo uma visita, que a depressão se sentiu obrigada a levar para a festa. Mãe, eu sou a festa. Só que sou uma festa que eu não quero ser.

Minha mãe me diz: “por que você não tenta ir a festas de verdade e ver seus amigos?” Claro, eu faço planos. Eu faço planos, mas eu não quero ir. Eu faço planos porque eu sei que eu deveria querer ir. Eu sei que algumas vezes eu gostaria de ter ido, é que, simplesmente não é muito legal se divertir, quando você não quer se divertir, mãe.

Sabe, mãe, toda noite a insônia me pega em seus braços, e me larga na cozinha no tênue brilho da luz do fogão. A insonia tem esse jeito romântico de fazer a lua parecer uma perfeita companhia. 

Minha mãe me diz: “Tente contar ovelhas”. Mas minha mente só consegue contar razões para eu ficar acordada. Então eu saio para caminhar. Mas meus joelhos disfêmicos fazem “clack” como colheres de prata, seguradas em braços fortes com pulsos frouxos. Eles tocam na minha cabeça como desajeitados sinos de igreja. Me lembrando que eu estou sonambulando num oceano de felicidade que não posso me batizar nele.

Minha mãe me diz que: “ser feliz é uma decisão.” Mas minha felicidade é tão vazia quanto um ovo furado por uma taxinha. Minha felicidade é uma febre fervente que vai estourar.

Minha mãe me diz que: “eu sou tão boa em fazer algo do nada, e depois na cara dura me pergunta “se eu tenho medo de morrer?”. Não, eu tenho medo é de viver. 

Mãe, eu estou sozinha. Eu acho que eu aprendi, quando o papai foi embora, a transformar a raiva em solidão e a solidão em ocupação. Então, quando eu te digo que eu tenho estado super ocupada ultimamente, eu quero dizer que ando caindo no sono assistindo o noticiário esportivo no sofá para evitar confrontar o espaço vazio na minha cama. 

Mas minha depressão sempre me arrasta de volta para minha cama, até que meus ossos sejam os fosseis esquecidos de uma cidade esquelética afundada, minha boca um cemitério de dentes quebrados de tanto morder a si mesmos. 

O auditório vazio de meu peito desmaia com ecos de batidas do coração. Mas eu sou uma turista descuidada aqui, eu nunca vou verdadeiramente saber todos os lugares que eu estive.

A minha mãe ainda não entende. Mãe, você não consegue perceber… que eu também não?"

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Desculpe o transtorno, preciso falar de românticos incorrigíveis

De ontem pra hoje aconteceu todo um bafafá no facebook devido a um texto que o Gregório duvivier postou falando da ex, Clarice Falcão. Mil pessoas compartilharam admirando a poesia com que ele transformou os 7 anos de relacionamento (pra fazer divulgação de seu filme ou não), fazendo aquela coisa de dar a sensação de coração quentinho que eu gosto de sentir.
De rebote, aproveitando a onda, Rafinha Bastos veio com um texto onde ele explica a relação com a sua mulher, totalmente diferente da anterior, bem escrachada no dia a dia dos relacionamentos, dizendo que aquilo ali é amor de verdade.

Pausa pro meu "mas poxa vida", a lá PC Siqueira.

Como em todo universo tem as pessoas que reclamam, as pessoas que reclamam dos que estão reclamando e ainda aqueles que reclamam dos que reclamam que estão reclamando, eu estou aqui pra fazer esse papel e defender o meu lado romântica incorrigível.

Eu cresci ouvindo Sandy e Junior e eles tinham uma música que dizia  "desde então toda noite só durmo pensando em você, tenho o sonho de amor mais bonito que alguém pode ter", eu cresci com com muito amor de irmã mais nova e paparicada, com a minha madrinha que deixava a gente encher um quarto com colchão pra dar estrelinhas e cambalhotas ou descer a escada surfando num colchão. Eu devorava livros na infância/adolescência de amor e tudo isso fez com que eu me tornasse essa pessoa que sabe expressar amor com palavras, encaixa-los em músicas, encontrar em poesias ou blogs da professora. Esse amor fora de moda, esse amor brega de apelido carinhoso, esse amor de dar nojo de tão meloso.
Eu vivo isso de cabeça mesmo e dei a sorte de encontrar alguém que vivesse isso junto comigo, o meu moá que me faz ficar com música do Bon Jovi na cabeça, que me enche de cosquinha no meio do dia, que dorme enquanto eu faço carinho, tira o cabelo do meu rosto enquanto eu falo, que mesmo cansado sai pra fazer minha vontade.
É o amor que vai no banheiro e me chama pra mostrar que cagou 2kg, que joga o pé cheio de chulé na minha cara pra tirar aquela unha encravada no dedão, que limpa meu vômito no carro e em mim depois de uma bebedeira minha daquelas, aquele amor de quem eu como o último pedaço guardado com carinho, que reclama que eu deixo calcinha jogada pela casa toda ou que dorme espremido no canto da parede porque eu ocupo a cama enorme que a gente tem sozinha. O que reclama da minha comida e ainda assim, o que eu não quis ficar lá com 14 anos porque na verdade na verdade, era muito galinha.
A gente vai aprimorando o nosso amor e escolhe o que vai fazer com ele e graças a Deus, nessa vida a gente pode ser qualquer coisa. Nosso amor pode ser o mais comum possível, do netflix e cachorro quente junto e essas coisas todas, mas a gente tb pode observar especial as vezes e enxergar a poesia e romantismo das pequenas coisas e encantar isso a ponto que eu queira que todo mundo veja, que todo mundo admire, que GRITE pro mundo inteiro ouvir que meu amor pode ser poesia, do jeito daquela pergunta clássica se a arte imita a vida.